A nave volta para buscá-lo, mas surge um impasse: não há espaço para Alicia. James se vê, então, na traumática situação de ter de escolher entre a liberdade e seu grande amor. Este é um enredo de um episódio do seriado "Além da Imaginação", que fez muito sucesso há alguns anos. O programa explorava os limites da mente humana por meio de situações hipotéticas, muitas delas impossíveis e bizarras.
No episódio em questão, o que se colocou foi a luta entre a razão e a emoção no processo de tomada de decisão. Algo que acontece todos os dias, pois vivemos tomando decisões. Decidimos coisas simples, como que roupa vestir de manhã e qual prato pedir no almoço; e outras mais complexas, como a priorização das tarefas, compromissos e negócios. Decisões urgentes, estratégicas, pessoais, profissionais, isoladas e em conjunto.
O que não podemos é não decidir. Mas, cuidado, há uma diferença entre decidir emocionalmente e considerar o emocional na hora de decidir. A segunda é a melhor opção, pois as decisões puramente emocionais consideram apenas o binômio prazer-desprazer. Ou seja, decisões emocionais são as que privilegiam o prazer imediato, sem respeitar as consequências futuras.
Essa é uma característica infantil, pois a criança ainda está aprendendo a lidar com a lógica, mas às vezes aparece em adultos, quando não amadureceram sua inteligência emocional. Líderes não escapam dessas ciladas da vida. James Corry ficou paralisado diante da terrível decisão. Quem agiu, então, foi Allenby, o comandante da nave, que destrói Alicia com um tiro. “Tudo o que você está deixando para trás é a solidão”, diz, colocando a situação na perspectiva adequada. Decidir pode não ser fácil, mas pior é não decidir. Se isso acontecer, a decisão será tomada de qualquer maneira, pela vida, pelos outros, pelas urgências.
(Eugenio Mussak)
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