Entre o fim da Primeira Guerra Mundial (1918) e o começo da Segunda (1939), a Europa viveu uma das mais graves grises de sua história, cuja marca mais terrível foi o surgimento de uma nova forma de poder político e de organização do Estado: o totalitarismo. Nenhum regime anterior, nenhum tipo de tirania do passado, nem mesmo o absolutismo monárquico, se assemelha a essa nova forma de controle do poder.
O totalitarismo tem por característica fundamental o terror permanente contra o indivíduo. A ponto de o Estado totalitário controlar, por meio da repressão, da propaganda ideológica e da supressão dos direitos individuais e coletivos, não só a via pública, mas também a vida privada dos cidadãos.
Fazendo amplo uso da censura, da delação, da violência - principalmente contra as minorias, como ciganos, judeus, homossexuais, imigrantes - os regimes totalitários se estabeleceram em diversos países europeus após a Primeira Guerra Mundial.
O fascismo Italiano

Nessas circunstâncias, difundiu-se entre a população da Itália um profundo ressentimento contra as grandes potências democrático-liberais da Europa, ao qual vinha somar-se uma crescente insatisfação social em razão da inflação, da carestia e do desemprego decorrentes da guerra.
Entre 1919 e 1920 cerca de 3 milhões de trabalhadores urbanos participaram de greves. Em Turim e outras cidades industriais, os operários ocupavam fábricas e tentavam colocá-las em funcionamento. O movimento foi reprimido, mas a sensação de que o governo havia perdido o controle da situação se generalizava entre as classes médias.

Os Fasci di Combattimento espalharam-se pela Itália divulgando suas ideias ultranascionalistas, anticomunistas e antiliberais. Eles lutavam pela instauração de um governo forte e autoritário capaz de esmagar os grupos de esquerda (comunistas e socialistas) e de pôr fim às greves e manifestações operárias, vistas por Mussolini como desordem.
Com cerca de 320 mil adeptos no início dos anos 1920, os Fasci di Combattimento contavam com milícias armadas e uniformizadas com camisas negras, que espalhavam o terror pelo país. Os integrantes dessas milícias, conhecidos como camisas-negras, assassinavam militares de esquerda, dissolviam manifestações operárias e intimidavam políticos de orientação democrática, tudo sob os olhares complacentes do governo.

Em 1922, numa demonstração de força, cerca de 30 mil camisas-negras, sob a chefia de Mussolini, invadiram a capital italiana, ocupando prédios públicos e estações ferroviárias, O episódio ficou conhecido como Marcha sobre Roma. Dois dias depois, o rei Vitor Emanuel III convidou Mussolini para ocupar o cargo de primeiro-ministro. O fascismo chegava ao poder.
Entre 1922 e 1925 Mussolini governou juntamente com outras forças políticas. Gradativamente, porém, ampliou seus poderes e se impôs como verdadeiro ditador. O Parlamento perdeu sua autoridade e os partidos políticos, com exceção do Partido Nacional Fascista, foram extintos. Os prefeitos e chefes locais perderam seus cargos e foram substituídos por seguidores de Mussolini.
Também foi criada uma polícia secreta para perseguir opositores do regime, o que levou 300 mil pessoas a se refugiarem no exterior; o governo implantou forte censura aos meios de comunicação e suprimiu o direito de greve. Todas as organizações que não fossem fascistas tornaram-se ilegais. No inpicio dos anos 1930, o duce (guia), como era conhecido Mussolini, já centralizava todo o poder.
A Itália sob o fascismo
O poder legislativo foi completamente enfraquecido e o novo governo publicou a Carta de Lavoro, que declarava as intenções da nova facção instalada no poder. Explicitando os princípios fascistas, o documento defendia um Estado corporativo onde a liderança soberana de Mussolini resolveria os problemas da Itália. No ano de 1926, um atentado sofrido por Mussolini foi a brecha utilizada para a fortificação do estado fascista.
Os órgãos de imprensa foram fechados, os partidos políticos (exceto o fascista) foram colocados na ilegalidade, os camisas negras incorporaram as forças de repressão oficial e a pena de morte foi legalizada. O Estado fascista, contando com tantos poderes, aniquilou grande parte das vias de oposição política. Entre os anos de 1927 e 1934, milhares de civis foram mortos, presos ou deportados.
O apelo aos jovens e à família instigou grande apoio popular ao regime do “Duce”. Em 1929, os acordos firmados com a Igreja no Tratado de Latrão aproximaram a população católica italiana ao regime totalitário. Ao mesmo tempo, o crescimento demográfico e o incentivo às obras públicas começaram a reverter os sinais da profunda crise que tomava conta da Itália. O setor agrícola e industrial passou a ganhar considerável incremento, interrompendo o processo inflacionário da economia.
Com a crise de 1929, a prosperidade econômica vivida nos primeiros anos do regime sofreu uma séria ameaça. Tentando contornar a recessão econômica, o governo de Benito Mussolini passou a entrar na corrida imperialista. No ano de 1935, os exércitos italianos realizaram a ocupação da Etiópia. A pressão das demais potências capitalistas resultaria nas tensões que desaguaram na deflagração da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), momento em que Mussolini se aproximou do regime nazista.
A Guerra Civil Espanhola

De um lado se posicionaram as forças do nacionalismo e do fascismo, aliadas as classes e instituições tradicionais da Espanha (O Exército, a Igreja e o Latifúndio) e do outro a Frente Popular que formava o Governo Republicano, representando os sindicatos, os partidos de esquerda e os partidários da democracia.
Para a Direita espanhola tratava-se de uma Cruzada para livrar o país da influência comunista e da franco-maçonaria e restabelecer os valores da Espanha tradicional, autoritária e católica. Para tanto era preciso esmagar a República, que havia sido proclamada em 1931, com a queda da monarquia.
Para as Esquerdas era preciso dar um basta ao avanço do fascismo que já havia conquistado Itália (em 1922), a Alemanha (em 1933) e a Áustria (em 1934). Segundo as decisões da Internacional Comunista, de 1935, elas deveriam aproximar-se dos partidos democráticos de classe média e formarem uma Frente Popular para enfrentar a maré de vitorias nazi-fascistas. Desta forma Socialistas, Comunistas (estalinistas e troskistas) Anarquistas e Democratas liberais deveriam unir-se para chegar e inverter a tendência mundial favorável aos regimes direitistas.
Foi justamente esse conteúdo, de amplo enfrentamento ideológico, que fez com que a Guerra Civil deixasse de ser um acontecimento puramente espanhol para tornar-se numa prova de força entre forças que disputavam a hegemonia do mundo. Nela envolveram-se a Alemanha nazista e a Itália fascista, que apoiavam o golpe do Gen. Franco e a União Soviética que solidarizou-se com o governo Republicano."
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O terror nazista
À medida que os conflitos sociais foram se intensificando, surgiram no cenário político-alemão partidos ultranacionalistas, radicalmente contrários ao socialismo. Curiosamente, um desses partidos chamava-se Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista) e era liderado por um ex-cabo de nome Adolf Hitler. As eleições presidenciais de 1925 foram vencidas pelo velho Von Hindenburg que, com a ajuda do capital estrangeiro, especialmente norte-americano, conseguiu com que a economia do país voltasse a crescer lentamente. Esse crescimento, porém, perdurou somente até 1929.
Foi quando a crise econômica atingiu com tal força a Alemanha, que, em 1932, já havia no país mais de 6 milhões de desempregados. Nesse contexto de crise, os milhões de desempregados, bem como muitos integrantes dos grupos dominantes, passaram a acreditar nas promessas de Hitler de transformar a Alemanha num país rico e poderoso. Assim, nas eleições parlamentares de 1932, o Partido Nazista conseguiu obter 38% dos votos (230 deputados), mais do que qualquer outro partido.

Fortalecido, o Führer lançou mão de uma propaganda sedutora e de violência policial para implantar a mais cruel ditadura que a humanidade já conhecera. A propaganda era dirigida por Joseph Goebbles, doutor em Humanidades e responsável pelo Ministério da Educação do Povo e da Propaganda. Esse órgão era encarregado de manter um rígido controle sobre os meios de comunicação, escolas e universidades e de produzir discursos, hinos, símbolos, saudações e palavras de ordem nazista. Já a violência policial esteve sob o comando de Heinrich Himmler, um racista extremado que se utilizava da SS (tropas de elite), das SA (tropas de choque) e da Gestapo (polícia secreta de Estado) para prender, torturar e eliminar os inimigos do nazismo.

No plano econômico, o governo hitlerista estimulou o crescimento da agricultura, da indústria de base e, sobretudo, da indústria bélica. Com isso, o desemprego diminuiu, o regime ganhou novos adeptos e a Alemanha voltou a se equipar novamente, ignorando os termos do Tratado de Versalhes.
Isso me lembra um comentário da profª Érika sobre um comercial da Folha de S. Paulo:

Politicamente, a subida de Stalin ao poder expressou a implantação de um Estado burocrático e autoritário, estabelecendo uma mudança radical na implantação do socialismo, que era concebida pela Revolução Bolchevique. O Estado agora era controlado pela elite militar, que tomava decisões desconsiderando as opiniões da população ou de seus representantes.
Em 1927, o primeiro plano quinquenal foi lançado, com o objetivo de desenvolver a indústria pesada. Outros planos qüinqüenais também surgiram e desenvolveram a produção industrial e agrícola.
A agricultura era a principal dificuldade encontrada, por isso o governo desistiu da idéia de coletivização total, criando as granjas coletivas, chamadas de kolkhozes, e as fazendas estatais, chamadas de sovkhozes.
O setor industrial fez a economia soviética avançar, em relação aos países capitalistas, mas o setor agrícola a economia permaneceu atrasada.
Fontes: Brasil Escola - 1 e 2
~Parte do texto extraído do livro História, de Gislane & Reinaldo, volume único para Ensino Médio~
~Demais fontes nos links indicados~
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Queria ter dedicado mais tempo para esse post, mas o negócio anda meio corrido por aqui mesmo. Adoro História, principalmente esses tópicos de Primeira e Segunda Guerras Mundiais, acho muito fodástico!!! *O*
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