Os territórios dos Estados-Nação estão delimitados por linhas de fronteiras ou linhas de separação, chamadas de limites. A zona pela qual passa a linha de separação é denominada fronteira. Dessa forma, percebemos que, apesar de serem utilizadas como sinônimos, há uma diferença entre limite e fronteira, já que a primeira refere-se apenas à linha divisória entre os Estados e a segunda a um trecho a um trecho do território próximo ao limite. Os habitantes do país podem morar na fronteira, mas nunca sobre a linha.

Eles não se apresentaram sempre como estão no mapa e nem permanecerão assim. Muitos desses limites são objetos de conflitos e podem surgir alterações em virtude de guerras entre os povos. Os países podem surgir também em decorrência de uniões ou desmembramentos de forma pacífica.
A ampliação do território é algo de extrema importância para os Estados, pois significa mais áreas para a agricultura, mais recursos naturais (água, vegetação, minérios), saídas para o mar, áreas litorâneas apropriadas para construção de portos, pontos situados em rotas comerciais. Percebemos, assim, que a divisão política do espaço mundial é um aspecto importante na Geografia ao representar as áreas de atuação de cada Estado, representa - em muitos casos - também formas diferenciadas de nível de desenvolvimento tecnológico, de normas (leis), de valores e costumes.
Representa, enfim, em muitos aspectos, formas diferentes de se organizar o espaço geográfico, pois cada país tem suas peculiaridades, tem suas características únicas, bem próprias. Ao analisarmos a maneira como se deu a formação dos territórios dos países estamos compreendendo um pouco sobre a sua organização espacial. O processo de formação territorias de cada um deles não ocorreu na mesma época histórica e os fatores responsáveis por cada processo são diferentes.
Além disso, nem todas as áreas da Terra estiveram sempre sob a administração política de um Estado. Até os séculos XV e XVI, havia muitas áreas do nosso planeta - principalmente na África e na América, habitadas por grupos sociais que não mantinham uma organização política com um governo centralizado. É nessa fase da história que se inicia um processo de expansão comercial de alguns países da Europa, que ocuparam várias áreas do globo.


A expansão do comércio europeu
Durante a Alta Idade Média (séculos V ao X), as relações comerciais eram estabelecidas apenas entre o sudoeste da Ásia, o norte da África e a Europa, ficando assim o mercado limitado a essas regiões.
Com as grandes navegações a partir do século XV, com a circunavegação da África, a descoberta do caminho marítimo para as Índias, a descoberta da América por Colombo e com a volta ao mundo , aumentaram-se as regiões produtoras e consumidoras, surgindo o mercado mundial.
A descoberta de novos continentes e o surgimento deste mercado mundial é oque denominamos de expansão marítima e comercial europeia, representando um dos aspectos básicos da transição do feudalismo para o capitalismo nascente.
Fatores que levaram à Expansão
- A procura de especiarias: a partir do século XI, as cidades de Gênova e Veneza (norte da Itália), passaram a dominar o Mediterrâneo Oriental. Os mercadores italianos iam buscar nos portos de Alexandria e Constantinopla os produtos orientais (especiarias, tecidos, perfumes, tapetes, pedras preciosas) e os distribuíam no mercado europeu, cobrando altos preços e obtendo grandes lucros. A burguesia europeia passou a se interessar em quebrar o monopólio italiano, sobre o comércio no mar Mediterrâneo, mas para isso era necessário descobrir um novo caminho para as Índias.
- A escassez de metais preciosos na Europa: a grande quantidade de moedas usadas pelos países europeus para fazer o pagamento das importações resultou numa escassez de metais preciosos e as minas europeias não conseguiam atender a demanda. Era preciso encontrar novas minas fora do continente europeu.
- Aliança entre o rei e a burguesia: a burguesia e a monarquia aliadas buscam a valorização do comércio e a centralização do poder. Esta aliança possibilitaria derrotar a nobreza feudal. A burguesia fornecia à monarquia capitais necessários para armar exércitos e centralizar o poder. Os reis, por sua vez, deveriam promover o desenvolvimento do comércio, atendendo aos interesses da burguesia.
Esse comércio era regulado por um rígido pacto colonial que sempre beneficiou a metrópole (cidade controladora). O capitalismo comercial estabeleceu, dessa forma, uma divisão territorial do trabalho, assim caracterizada:
- a Europa fornecia produtos acabados aos demais continentes;
- a América e a Ásia forneciam matéria-prima, produtos agrícolas, ouro, prata e outros metais preciosos à Europa;
- a África, além de fornecer algumas matérias-primas, tinha o papel de fornecedora de mão-de-obra escrava para outras colônias.
Até a chegada dos portugueses, em 1500, o Brasil era habitado por diversos grupos sociais, denominados de indígenas. Os indígenas possuíam uma organização social totalmente diferenciada da dos colonizadores, pois não havia noção de propriedade e de governo nem existiam classes sociais. Além disso, os povos indígenas pouco interferiam no espaço natural e não delimitavam estritamente as áreas que habitavam. Não tinham, portanto, um território definido.
Os portugueses encararam os índios como seres inferiores. E, à força das armas, conquistaram o território indígena, desestruturando seus modos de vida.
O uso de armas de fogo por parte dos europeus foi fundamental para submeter os povos dos continentes americano, africano e asiático, que se viram integrados ao sistema socioeconômico dos países da Europa.
O espaço geográfico foi, então, sendo estruturado em função dos interesses econômicos dos países europeus.
No caso do Brasil, as economias se desenvolveram em diferentes áreas do país e de forma independente. A essa situação denominou-se economia de arquipélago, que formava, então, espaços internos não interligados. Essa economia viria a ser alterada a partir de meados do século XX, com a intervenção do governo central.
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Fontes: Clique aqui!!
A maioria do texto foi extraído do livro Geografia - Homem & Espaço (Elian Alabi Lucci), 6ª série.
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