A formação do território brasileiro

Assim que os europeus souberam que Cristóvão Colombo havia chegado a um continente desconhecido, começaram as disputas entre Portugal e Espanha, as duas maiores potências da Europa na época, pela posse das "novas" terras.

O conflito só veio a ser resolvido com a assinatura do Tratado de Tordesilhas, em 1494. Por esse tratado, as terras que ficassem a oeste da linha divisória seraim da Espanha e as terras que ficassem a leste pertenceriam a Portugal.

Na parte da América que lhes pertencia, os portugueses tomaram posse em 1500. Aí, eles encontraram pau-brasil, madeira já conhecida na Europa, utilizada na construção de embarcações e no tingimento de tecidos.

Durante o período de extração madeireira, de 1500 a 1530, o território não foi ocupado efetivamente pelos portugueses. Nesse período, eles utilizaram o trabalho indígena para a retirada da madeira e o carregamento das caravelas.

Dada a forma predatória pela qual o extrativismo do pau-brasil era realizado, as reservas se esgotaram num curto espaço de tempo. Além disso, a descoberta pelos alemães de técnicas mais vantajosas de tingimento de tecidos determinou a decadência dessa primeira atividade econômica.

A colonização do território brasileiro obecedeu a objetivos estritamente comerciais.

Em substituição à atividade extrativa e devido à necessidade de ocupação de fato das terras brasileiras, invadidas frequentemente por navios holandeses e franceses, Portugal deu início ao processo de colonização, de maneira efetiva, com a plantação de cana-de-açúcar.

A escolha da cana-de-açúcar, um produto de origem tropical, foi a mais adequada para o projeto de colonização, pois a necessidade de açúcar na Europa era grande e este produto não era produzido em larga escala no continente europeu. A cana-de-açúcar não se adapta ao clima temperado e o açúcar nesse continente era e ainda é obtido de outras formas.

As plantações propagaram-se pela Zona da Mata nordestina, que apresentava condições favoráveis a esse cultivo, como clima e solo, além de ser mais próxima da Europa do que o sudeste do país.

Outras atividades econômicas foram surgindo, como a criação de gado no interior do Nordeste, atividade complementar à cana-de-açúcar, e o cultivo de tabaco no Recôncavo Baiano.

No entanto, a concorrência, o aumento da oferta da cana-de-açúcar do Caribe e a consequente queda dos preços levaram ao declínio a economia no Nordeste, no final do século XVII.

A expansão das fronteiras para o norte

Entre 1580 e 1680, uma questão sucessória do trono em Portugal levou à união das coroas ibéricas, e as terras brasileiras, durante esse período, passaram para o domínio da Espanha.

Tal fato facilitou a ocupação pelos portugueses de áreas que, pelo Tratado de Tordesilhas, pertenciam à Espanha.

A exploração das drogas do sertão na Amazônia, pelas missões religiosas portuguesas, ocorreu justamente quando o Brasil estava sob o controle do reino da Espanha.

Ao terminar o período da União Ibérica, reabriu-se novamente o debate sobre a questão das fronteiras, mas grande parte do que hoje é a Amazônia brasileira já estava ocupada pelos portugueses.

Com a descoberta do ouro em Minas Gerais, no século XVIII, boa parte da população nordestina e os portugueses que chegavam ao Brasil começaram a se deslocar em direção ao sudeste e ao centro-oeste.

Principalmente Minas passou a ser a nova área de atração populacional na colônia.

No sul de Minas, São Paulo e Rio de Janeiro, desenvolveu-se uma agricultura voltada ao mercado interno.

Assim, no século XVII, o Brasil já era bem maior do que pretendia o Tratado de Tordesilhas.

Tratados e limites

Durante o século XVIII e início do século XIX, diversos tratados foram assinados para o estabelecimento das linhas de fronteiras, os limites do território brasileiro.

Esses tratados sempre envolveram, de um lado, Portugal, e, de outro, Espanha, com exceção da definição de um trecho de limite no norte do Brasil (atual estado do Amapá), em que o tratado foi assinado com a França e também com a Espanha (Tratado de Utrecht, 1713).

As maiores dificuldades para a assinatura de tratados entre Portugal e Espanha deu-se na porção sul do que é hpje o território brasileiro, pois foi nessa área da América do Sul que os colonos portugueses e espanhóis estiveram mais próximos, talvez pelo próprio "afunilamento" do continente. Além disso, apesar de não ter reservas de ouro e prata, essa área é extremamente favorável ao desenvolvimento das atividades criatória e agrícola.

O problema dos limites no sul só foi resolvido em 1801, com o Tratado de Badajós, quando o Brasil ganhou configurações territoriais muito parecidas com as atuais.

A definição dos limites no norte

Desde 1823 o Brasil exportava o látex, goma elástica fabricada artesanalmente com a seiva da seringueira e do caucheiro.

O interesse por esse produto, também chamado de borracha, aumentou à medida que as descobertas científicas criaram, cada vez mais, novas aplicações para o látex no processo industrial.

Entre 1870 e 1912, o Brasil era o único fornecedor de látex para o mercado mundial.

Durante esse período, grande parte da produção de borracha era realizada por brasileiros em terras bolivianas. Essas terras (hoje o estado do Acre) foram incorporadas de fato ao Brasil em 1903, através do Tratado de Petrópolis.

Nesse tratado, o Brasil pagou ao governo boliviano 2 milhões de libras esterlinas e se comprometeu a construir uma ferrovia que ligasse a Bolívia ao mar, pelo lado do Atlântico, dando-lhe assim uma saída marítima.

Essa foi a última etapa da expansão territorial brasileira e com ela o Brasil passou a ter a configuração que possui nos dias atuais.

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Fontes: Clique aqui!!

A maioria do texto foi extraído do livro Geografia - Homem & Espaço (Elian Alabi Lucci), 6ª série.

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Juliana Fernandes, estudante de 18 anos com sérios problemas mentais, inaugura seu 123343º blog, desta vez com o intuito de reunir o máximo de informação possível para o vestibular (e coisas mais!)
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