O monoteísmo como força unificadora
Com o tempo, uma divindade teria se destacado entre as outras e passado a ser considerada uma espécie de rei dos deuses, criador de todas as coisas. Esse processo teria levado a humanidade em direção ao monoteísmo.
Seja como for, a crença em um Deus único e universal só se concretizou de fato com os hebreus, povo nômade que, há milhares de anos, disputava com outras tribos do deserto poços de água e terras de pastagem no Oriente Médio.
A origem dos hebreus
Os hebreus são um grupo que tem sua origem linguística na Mesopotâmia. O hebraico falado por eles era uma língua semita, assim como as línguas de outros povos mesopotâmicos. Sua história é narrada sem precisão científica no Velho Testamento, um dos livros da Bíblia.
O primeiro registro não bíblico de sua existência foi encontrado no Egito e é datado de 1220 a.C. Documentos históricos e descobertas arqueológicas comprovam a presença dos hebreus na Palestina somente a partir de 1230 a.C. Essa data contraria as informações da Bíblia, segunda a qual eles já estariam estabelecidos em solo palestino dois séculos antes.
O período dos juízes
Quando os hebreus se estabeleceram na Palestina, sua organização social baseava-se em um sistema comunitário, sem forma definida de governo. Os líderes surgiam apenas em momentos de maior necessidade, como durante as guerras.
Na falta de uma centralização política e administrativa, cabia a um conselho de anciãos, liderado por um juiz, orientar e aconselhar a população em questões específicas. Os juízes eram chefes militares com autoridade religiosa. Na tentativa de unificar as tribos hebraicas, eles passaram a difundir entre a população a ideia de que os hebreus eram um povo único, escolhido por Deus em meio a tantos outros.
Para criar esse sentimento de identidade, os juízes afirmavam que os hebreus eram descendentes diretos do patriarca Abraão. Eles também exortavam a população a abandonar seus antigos hábitos politeístas.
Tudo isso contribuiu para o nascimento do judaísmo, religião monoteísta que se tornaria a base de outras crenças monoteístas surgidas mais tarde, como o cristianismo e o islamismo.
A monarquia hebraica
Por volta de 1010 a.C. os hebreus unificaram suas tribos e formaram o reino de Israel, do qual o primeiro rei foi Saul. Coube a seu sucessor, Davi, a tarefa de expulsar da Palestina um dos povos rivais: os filisteus. Após escolher Jerusalém para capital do reino, Davi dividiu Israel em doze províncias.
Com Salomão, filho de Davi, o reino de Israel conheceu sua fase de esplendor e de centralização religiosa. É dessa época a construção do Templo de Jerusalém. Com a morte de Salomão, o reino entrou em convulsão e dividiu-se entre o reino de Israel e o reino de Judá.
Em 772 a.C. o reino de Israel foi dominado pelos assírios, que levaram muitos hebreus como escravos para seu território. Em 587 a.C. Nabucodonosor, rei dos babilônicos, conquistou Judá, destruiu o Templo de Jerusalém e escravizou muitos de seus habitantes, levando-os para a Babilônia.
Em 539 a.C. Ciro I, o Grande, rei da Pérsia, conquistou a Mesopotâmia e permitiu que os hebreus retornassem à Palestina, onde viveriam em liberdade desde que lhe pagassem tributos. Posteriormente, a região da Palestina foi dominada pelos gregos e depois pelos romanos. Em razão da violência imposta por estes últimos, os hebreus dispersaram-se por vários lugares do mundo na chamada Diáspora. Essa dispersão duraria cerca de 2 mil anos.
Mesmo vivendo separados uns dos outros, sem governo e sem território próprios até 1948, quando a ONU criou o Estado de Israel, os judeus mantiveram vivo o sentimento de pertencer a uma única nação só foi possível em razão de sua forte crença religiosa e do fato de acreditarem que a Palestina estava destinada a eles por vontade divina.
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~Texto extraído do livro História, de Gislane & Reinaldo, volume único para Ensino Médio~
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Detesto esses assírios...
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