Índia: Tradição e modernidade

O rio das cidades dravidianas

Por volta do terceiro milênio a.C., surgiram ao longo do rio Indo (no atual Paquistão) cidades bem estruturadas, como Mohenjo-Daro, edificadas segundo um cuidadoso traçado que privilegiava as largas avenidas.
Para enfrentar as cheias anuais do Indo, decorrentes do degelo do Himalaia na primavera e no verão, esses centros urbanos eram erguidos sobre plataformas de terra batida e entulho de até doze metros de altura. Seus habitantes eram os dravidianos, um povo de pele escura que construía suas casas com tijolo de barro cozido. Essas residências contavam com eficientes sistemas de água e esgoto.

Rio Ganges

Com o crscimento do número das cidades, os dravidianos passaram a comercializar os produtos que fabricavam - jóias, pedras semipreciosas, utensílios domésticos, brinquedos e roupas feitas de algodão, técnica inventada por eles. Por volta de 1800 a.C., sua civilização entrou em decadência e os dravidianos começaram a abandonar as cidades em direção ao vale do Rio

Ganges e ao sul da Índia atual.
As razões para isso são desconhecidas, mas estudiosas apontam como causa a invasão do vale do Indo pelos arianos, povo nômade da Ásia central que subjugou os dravidianos e passou a dominar a região.

A invasão ariana

Ariano é a forma genérica pela qual são chamadas as pessoas se pele clara, originários de algumas das cerca de 50 tribos nômades que habitavam a região do Cáucaso - área que abrange partes de atuais países como Rússia, Geórgia, Azerbaijão e Armênia. Por volta do segundo milênio a.C., alguns desses grupos - também conhecidos como indo-europeus - saíram do planalto iraniano e se instalaram no vale do Rio Indo. Com o tempo, avançaram em direção ao vale do Ganges.
Depois da invasão, árias - como se autodenominavam - passaram a viver como sedentários e incorporaram muitas palavras das línguas dravídicas a seu idioma, o sânscrito. As crenças religiosas também se misturaram, dando origem ao hinduísmo, conjunto de doutrinas que passou a reger, praticamente, todos os aspectos da vida cotidiana e da organização social dessa população. Muitas dessas crenças persistem até os dias de hoje na Índia.
Os fundamentos do hinduísmo estão registrados no Rig Veda, ou "livros do conhecimento", coletânea de 1028 hinos que acabaria por dar nome a todo o período em que a Índia antiga esteve sob o domínio dos árias: época védica.

A sociedade védica

Inicialmente, os árias organizavam-se em tribos subordinadas a um chefe - o rajá - e a um sacerdote - o purohita. Havia ainda um conselho de anciãos e outro dos chefes de família. Com o tempo, os sacerdotes criaram complexos rituais religiosos que originaram uma nova corrente dentro do hinduísmo, o bramanismo. Afirmando a conversar com os deuses, os sacerdotes conquistaram enorme poder junto à população e perante o próprio rajá.

Eles criaram diversos preceitos que passaram a ser adotados por grande parte da sociedade hindu, como a ideia de reencarnações sucessivas e a instauração de um rígido sistema de castas.
Castas são grupos sociais fechados, compostos de pessoas que exercem a mesma profissão. No
sistema de castas não se pode passar de uma casta para a outra. As castas consideradas mais

importantes eram formadas pelos árias.

Os sacerdotes encontravam-se no topo da hierarquia social, na casta dos brâmanes. A seguir vinham sucessivamente os xátrias - nobres, guerreiros e administradores -, os vaixás - ou comerciantes - e os sudras - artesãos e trabalhadores manuais não-arianos. Os últimos da escala social eram os párias, pessoas excluídas da sociedade, sem direito de estudar, ouvir hinos védicos, nem viver nas cidades.
Esse sistema de castas se enraizou tanto na sociedade hindiana que existem ainda hoje na índia mais de 3 mil castas e 27 mil subcastas.
Entre os séculos VII e VI a.C., já no fim da era védica, governantes, comerciantes e mesmo a população pobre passaram a questionar os privilégios que os sacerdotes desfrutavam. Como resultado desse movimento surgiram duas correntes reformistas no hinduísmo: o budismo e o jainismo.
De modo geral, tanto o budismo como o jainismo afirmavam que cabia ao ser humano realizar seu próprio destino, sem necessidade da adoração de deuses, como pregavam os brâmanes. Também condenavam o sistema de castas e os privilégios dos brâmanes. Com suas doutrinas, conquistaram um grande número de seguidores, o que contribuiu para o enfraquecimento dos sacerdotes védicos.

O Império Mauria

Ao mesmo tempo que enfrentava mudanças religiosas, a Índia passava por transformações na também na esfera política. Em 521 a.C. tropas do imperador persa Dario conquistaram a região do vale do Rio Indo. Em 326 a.C. a região passou para o poder dos macedônios de Alexandre, o Grande.
Em 321 a.C o guerreiro Chandragupta Murya, da casta de xátrias, após derrotar os macedônios, fundou o Império Mauria, cujos domínios se estendiam do vale do Rio Indo ao vale do Ganges, cobrindo uma área de mais de 2 mil km².

Entretanto, seria com Ashoka, neto de Chandragupta, que o Império Mauria iria viver seu apogeu. Ashoka assumiu o poder em 269 a.C. e se tornou o maior governantes da índia antiga. Ele mandou construir hospitais, clínicas veterinárias, estradas, e estabeleceu relações comerciais com outras civilizações. A arte e a tecnologia floresceram e a índia entrou em um período de paz e tranqulidade que perdurou até 232 a.C., ano em que Ashoka morreu.

A partir de então, o Império Mauria, que compreendia quase todo o território da Índia atual, fragmentou-se até entrar em colapso, em 182 a.C. A cultura hindu só voltou a recuperar seu espaço no século IV, com o Império Gupta, estabelecido no vale do Rio Ganges.

Em 711, os árabes conquistaram a região do Sind, no delta do Indo, e levaram o islamismo para a índia. Muitos indianos viram na nova religião uma oportunidade de escapar do rígido sistema de castas. No século XVIII, os ingleses assumiram o controle político do país, que só se recuperou sua independência em 1947.

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~Texto extraído do livro História, de Gislane & Reinaldo, volume único para Ensino Médio~

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Quase não encontrei fotos e links para essa matéria...
Mas acho que está bem concisa...

1 comentários:

Unknown 19 de outubro de 2010 às 17:28  
Este comentário foi removido pelo autor.

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Sobre mim!

Juliana Fernandes, estudante de 18 anos com sérios problemas mentais, inaugura seu 123343º blog, desta vez com o intuito de reunir o máximo de informação possível para o vestibular (e coisas mais!)
Junto ao seu fiel parceiro invisível, sem nome e inexistente, ela continua sua árdua tarefa de manter-se atualizada para não levar mais tapas da profª de Matemática de Pinhal City, a roça!!
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