Os cananeus
O Líbano é uma nação do continente asiático encravada entre a Síria, Israel e o mar Mediterrêneo. Seu território é formado por um pequeno e fértil planalto ao centro, cercado por duas cadeias de montanhas.
Por volta de 3000 a.C. estabeleceram-se ali povos de origem semita que se autodenominavam cananeus, uma vez que a região era conhecida pelo nome de Canaã. Os cananeus construíram seus aldeamentos sobretudo às margens do Mediterrâneo. Com grande atividade comercial, esse povoamento deu origem a diversas cidades portuárias, como Biblos, Ugarit e Tiro.
Embora as cidades tivessem idioma e hábitos culturais semelhantes, não estavam unificadas em torno de um único reino. De modo geral, eram governadas por monarcas, em torno dos quais encontravam-se a aristocracia - composta de comerciantes e proprietários de terras - e um clero poderoso. A grande massa urbana era formada por marinheiros e trabalhadores especializados em fabricar jóias, vidros, tecidos e outros produtos.
O comércio pelo mar
A comunicação entre as diferentes cidades-Estado era feita principalmente pelo mar; com o tempo, os cananeus passaram também a estabelecer relações mercantis com outras populações mediterrâneas. Por volta de 2500 a.C. algumas cidades cananéis haviam se transformado em ponto de encontro de caravanas de mercadores vindos das mais diferentes regiões, constituindo-se em verdadeiros entrepostos comerciais.
Os cananeus se destacaram também pela produção de corantes, desenvolvendo uma sofisticada técnica de tingir tecidos. Teria sido por esse motivo que os gregos chamavam Canaã de Phoenicia (púrpura), palavra da qual derivam Fenícia e fenícios.
Expansão pelo mar
Por volta de 1200 a.C. as regiões circunvizinhas da Fenícia foram ocupadas por diversos povos, entre os quais os arameus, hebreus e filisteus. Para crescer e prosperar, restava aos fenícios somente a opção de expandir-se para o Mediterrâneo. Foi o que fizeram.
Entre os fatores que permitiram a expansão marítima desse povo destaca-se seu grande desenvolvimento náutico. Para garantir a segurança de suas embarcações, elas eram escoltadas por barcos de guerra que levavam na proa um aríete de madeira e bronze utilizado para perfurar os barcos piratas.
Os fenícios conheciam também as correntes marítimas, o voo das aves migratórias, a migração de alguns peixes e os ventos de cada região.
De posse dessas informações, eles podiam afastar-se cada vez mais de seu litoral e atingir regiões longínquas. Segundo antigos relatos, no século VIII a.C. os fenícios teriam realizado uma proeza que só seria repetida pelos portugueses mais de de 2 mil anos depois: a circunavegação da África.
Os fenícios obtinham grandes lucros com essas viagens. Nelas, trocavam cedro, armas, linho, pedras preciosas, artefatos de vidro, objetos de marfim e tecidos coloridos por ouro, cobre, estanho, ferro. Muitos dos lugares em que paravam para descansar ou se abastecer transformaram-se em cidades comerciais fenícias - esse foi o caso de Cartago, fundada no século IX a.C. no norte da África.
Graças à estreita relação mantida com outros povos, os fenícios sofreram um crescente processo de universalização étnica e cultural. Ao mesmo tempo que se miscigenavam com habitantes de outras regiões, como os egípcios e os gregos, assimilaram aspectos culturais, artísticos e religiosos dessas sociedades.
A partir do século IX a.C. a Fenícia entrou em decadência, sofrendo invasões de vários povos. Primeiro foram os assírios, seguidos pelos babilônicos, persas e gregos. Em 64 a.C. Roma incorporou as cidades fenícias aos seus domínios, tranformando-as em parte da província da Síria. A civilização fenícia chegava ao fim, mas sua herança se perpetuaria ao longo dos séculos graças sobretudo a uma das maiores invenções da humanidade: o alfabeto.
O nascimento do alfabeto
Os fenícios tinham necessidade de controlar por escrito suas transações comerciais. Entretanto, as principais escritas empregadas na época - a hieroglífica e a cuneiforme - não permitiam aos comerciantes elaborar seus próprios registros, pois seu conhecimento era monopólio de alguns escribas.
Por volta de 1500 a.C. começou a tomar forma na cidade fenícia de Ugarit um sistema de escrita muito mais simples e prática. Em vez das centenas de caracteres pictográficos, esse sistema utilizava apenas 29 caracteres cuneiformes; a cada um deles era atribuído um valor fonético.
Mais tarde, os fenícios reduziram esse alfabeto para 22 símbolos correspondentes às consoantes; como as vogais não eram escritas, cabia ao leitor complementar as palavras de acordo com seu sentido. Para tornar a escrita ainda mais fácil, os fenícios deixaram de lado as barras de argila e passaram a anotar em rolos de papiro. Graças a essas mudanças, saber ler e escrever deixou de ser privilégio de um pequeno círculo, tornando-se uma habilidade ao alcance de um número cada vez maior de pessoas.
Além disso, o alfabeto fenício podia ser adaptado a qualquer idioma, já que seus caracteres representavam fonemas. No decorrer do século IX a.C. os gregos acrescentaram-lhe as vogais. Com as mudanças introduzidas mais tarde pelos romanos, esse alfabeto greco-fenício daria origem ao alfabeto latino, que sobrevive até hoje no mundo ocidental.
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~Texto extraído do livro História, de Gislane & Reinaldo, volume único para Ensino Médio~
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6 comentários:
nossa é iguelzinho ao meu livro de História, mt boom viu!
é igualzinho o meu livro de hitoria tbm!!!! adorei.
vai toma no cu!!
muito boom (: mais não achei o realmente eu pocurava :/
é igual a do meu livro tbm :D
ECAAAA!!! essa poha e igual ao meu livro!!
Cade as respostas das questoes???
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