Hepatite D


A hepatite D foi conhecida em 1977, ano em que foi descoberto o vírus que a provoca, o VHD, ou vírus Delta, como também é designado. A hepatite D só se manifesta em conjunto com a hepatite B, isto é, surge por co-infecção ou por superinfecção.

A doença teria chegado à Europa Ocidental com viajantes tóxico dependentes, uma parte da população sempre exposta ao risco deste tipo de infecções, mas encontra-se, sobretudo, na zona do Mediterrâneo, no Médio Oriente, na Ásia Central, na África Ocidental, na América do Sul e em algumas ilhas do sul do Pacífico. No sudeste asiático, permanece em Taiwan, na China e na Índia. Também se registaram casos, muitas vezes mortais, entre a população indígena da Venezuela, Colômbia, Brasil e Peru.

Provoca, por vezes, epidemias de que são exemplo as verificadas em Nápoles, no ano de 1977 e entre os índios Yupca da Venezuela em 1981.

O problema é que uma pessoa nunca sofre apenas de hepatite D: ou é infectada em simultâneo com o VHD e o VHB ou só contrai esta doença quando já tem hepatite B. No caso de uma co-infecção, a hepatite D aguda pode ser severa, ou mesmo fulminante, no entanto, raramente evolui para uma forma crônica ao contrário do que sucede com a superinfecção que provoca hepatite crônica em 80% dos casos, dos quais 40% evoluem para cirrose.

O Vírus

O VHD é o agente infeccioso da chamada hepatite D, tem 35 nm, pertence à família dos Viróides e o seu genoma é constituído por ácido ribonucleico circular, de uma só cadeia. É único no seu genêro em patologia humana e não se consegue multiplicar senão na presença do vírus da hepatite B.

O período de incubação dura entre 15 a 45 dias e a sua presença no sangue é prolongada, podendo mesmo permanecer para sempre no organismo, o que pode originar formas mais graves de doença hepática.

Quais são os sintomas?

A hepatite D aguda revela-se após um período de incubação de três a sete semanas. A fase pré-icterícia, que pode durar entre três a sete dias, começa com sintomas de fadiga, letargia, falta de apetite e náuseas, depois a pele ganha um tom amarelado e, então, os outros sintomas desaparecem, com excepção da fadiga e das náuseas, a urina torna-se escura e as fezes claras, enquanto os níveis de bilirrubina no sangue sobem.

Como a superinfecção causa, geralmente, uma hepatite aguda grave, com um período de incubação lento, os sinais são idênticos aos das duas doenças (hepatite D e hepatite B). Nos casos em que evolui para hepatite crônica, os sintomas são menos intensos do que na hepatite aguda. A evolução para cirrose acontece em 60 a 70% dos casos e demora entre cinco a dez anos, mas pode ocorrer 24 meses após a infecção.

A hepatite D fulminante é rara, mas é dez vezes mais comum do que noutros tipos de hepatite viral e caracteriza-se por encefalopatia hepática: mudanças de personalidade, distúrbios do sono, confusão e dificuldade de concentração, comportamentos anormais, sonolência e, por último, estado de coma.

Diagnóstico

As conclusões só são possíveis de tirar, com alguma fiabilidade, depois de terem sido feitos os testes serológicos.

No caso de se tratar de uma co-infecção, o diagnóstico é feito com base no aparecimento de antigénios e de anticorpos específicos no sangue, durante o período de incubação ou já no despoletar da doença. Os anticorpos anti-VHD desenvolvem-se tarde, na fase aguda, e normalmente diminuem após a infecção.

Na superinfecção, o VHB já se encontra no organismo antes da fase aguda, surgem anticorpos contra o VHD das classes IgM e IgG, sendo que estes últimos persistem por tempo indefinido. É possível, também, pesquisar no sangue o antigénio Delta e o ARN do VHD. A progressão para o estadio crônico está associada à presença de níveis elevados de IgM anti-HD e IgG anti-HD.

Transmissão

As relações sexuais e os contatos com sangue infectado são os dois meios mais habituais de transmissão da hepatite D, portanto, o contágio resulta de relações sexuais sem preservativo, da utilização de objetos cortantes que possam ter vestígios sanguíneos, como lâminas de barbear, escovas de dentes, agulhas e seringas ou outro material (que não tenha sido submetido a esterilização) utilizado na preparação de drogas ou na realização de tatuagens, piercings, acupuntura e perfuração das orelhas.

Esta hepatite não se transmite pela saliva ou suor, portanto, ninguém ficará doente por dar um aperto de mão, abraços, beijos ou por utilizar pratos ou talheres de pessoas infectadas.

Como é natural, visto que uma pessoa nunca pode ser infectada apenas com o VHD, a via de transmissão é semelhante à da hepatite B, embora penda mais para a via sanguínea. O período de transmissão dura enquanto a pessoa infectada tiver no organismo o antigénio Delta ou o ARN do VHD.

Como prevenir?

Face às vias de transmissão, para prevenir, é necessário evitar o contato com sangue humano, em especial, quando se desconhece o estado de saúde do portador, mas, se for mesmo necessário, devem usar-se luvas. Não podem ser partilhados artigos de uso pessoal que sejam cortantes ou perfurantes. O uso de preservativo diminui o perigo de contágio, portanto, não se deve dispensar o preservativo.

Vacinação

Não existe qualquer vacina contra a hepatite D, mas como o vírus só pode infectar alguém na presença do VHB, a vacina para a hepatite B protege contra o vírua da hepatite Delta. A vacinação não deve ser encarada como uma urgência se não ocorreram contatos sexuais ou sanguíneos suspeitos. Caso esta situação se verifique, deve administrar-se a vacina e uma injecção de Imunoglobulina HB o mais cedo possível após a exposição.

Tratamento

Até agora, ainda não surgiu qualquer tratamento 100% eficaz, apenas o interferão alfa tem proporcionado alguns resultados positivos: somente num em cada dois casos se assiste a uma redução significativa da multiplicação do vírus mas, geralmente, a doença é recidiva quando se interrompe o tratamento.

Fonte: Aqui!!

0 comentários:

Postar um comentário

Seu comentário é importante!! =D

Sobre mim!

Juliana Fernandes, estudante de 18 anos com sérios problemas mentais, inaugura seu 123343º blog, desta vez com o intuito de reunir o máximo de informação possível para o vestibular (e coisas mais!)
Junto ao seu fiel parceiro invisível, sem nome e inexistente, ela continua sua árdua tarefa de manter-se atualizada para não levar mais tapas da profª de Matemática de Pinhal City, a roça!!
Não perca o próximo capítulo dessa incrível aventura!!


"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."

- Clarice Lispetor


Tigrão do zoo de São Paulo!
Powered By Blogger
Tecnologia do Blogger.

Seguidores~

Pesquisar...